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Passaram-se alguns anos desde que estivemos juntos, e, confesso, não o tendo esquecido, já me fazia menos mal, pensar nele e em tudo o que tinha vivido com ele. A doce lembrança que restara era o que bastava para me colocar um sorriso nos lábios e sentir-me bem comigo própria. Estar com ele sempre me fez muito bem.
Uma noite, sentadas na esplanada de um bar perto de casa, eu e uma amiga a quem já contara o meu "segredo", falando das nossas coisas de mulheres, entre banalidades e futilidades apenas para passar o tempo, eis que o vejo.
Surgiu por acaso à minha frente com um bébé nos braços e uma mulher ao lado. Fiquei muda, estática, sem conseguir desviar o olhar, segui o seu trajecto até o perder de vista, e pela minha mente passaram cada um dos segundos que passamos juntos.
- Ei, amiga, estás a ouvir-me? Estás bem?
Perguntava a minha amiga uma e outra vez e a sua voz chegava-me em surdina, abafada pela intensidade dos meus pensamentos.
- Sim , estou bem - respondi eu, pegando no copo que tinha colocado momentos antes sobre a mesa e bebendo de um trago todo o seu conteúdo.
- Não precisas dizer-me quem era, eu já sei.. - rematou a minha amiga, acrescentando ainda:
- Ficaste branca como a cal, parecia que tinhas visto um fantasma!
- E vi amiga, acredita que vi. - disse eu com a voz embargada.
Após essa noite, voltou a passar um largo período em que não nos vimos, mas eu sabia que o voltaria a ver. Nos breves segundos em que o nosso olhar se cruzou, eu vi o seu desejo e a alegria de me ter visto.
A minha noite ficou bem mais agradável a partir desse momento, pois eu sabia que, num dia qualquer, sem eu esperar, ele me iria procurar.
E não me enganei!!
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